sábado, 16 de abril de 2016

O que é viver bem?


Um repórter perguntou à Cora Coralina o que é viver bem?
Ela lhe disse: eu não tenho medo dos anos e não penso em velhice. E digo prá você, não pense.
Nunca diga estou envelhecendo, estou ficando velha. Eu não digo. Eu não digo estou velha, e não digo que estou ouvindo pouco. É claro que quando preciso de ajuda, eu digo que preciso.
Procuro sempre ler e estar atualizada com os fatos e isso me ajuda a vencer as dificuldades da vida. O melhor roteiro é ler e praticar o que lê.
O bom é produzir sempre e não dormir de dia.
Também não diga prá você que está ficando esquecida, porque assim você fica mais.
Nunca digo que estou doente, digo sempre: estou ótima.
Eu não digo nunca que estou cansada. Nada de palavra negativa. Quanto mais você diz estar ficando cansada e esquecida, mais esquecida fica. Você vai se convencendo daquilo e convence os outros. Então silêncio!
Sei que tenho muitos anos. Sei que venho do século passado, e que trago comigo todas as idades, mas não sei se sou velha não. Você acha que eu sou?
Posso dizer que eu sou a terra e nada mais quero ser. Filha dessa abençoada terra de Goiás.
Convoco os velhos como eu, ou mais velhos que eu, para exercerem seus direitos. Sei que alguém vai ter que me enterrar, mas eu não vou fazer isso comigo.
Tenho consciência de ser autêntica e procuro superar todos os dias minha própria personalidade, despedaçando dentro de mim tudo que é velho e morto, pois lutar é a palavra vibrante que levanta os fracos e determina os fortes. O importante é semear, produzir milhões de sorrisos de solidariedade e amizade.
Procuro semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça. Digo o que penso, com esperança. Penso no que faço, com fé. Faço o que devo fazer, com amor. Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende.
Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir."

domingo, 10 de abril de 2016

DESTA VEZ VAI SER DIFERENTE



                Aprendemos coisas o tempo todo. Nosso cérebro é uma maquina programada para aprender. Extraímos aprendizado de tudo, e foi assim que adquirimos a fala, começamos a andar, aprendemos ler, escrever, trabalhar, dirigir, enfim, tudo.
Baseado em erros e acertos, é assim que o processo de aprendizado funciona. Se caímos, temos que aprender a levantar, se tomamos o caminho errado, aprendemos que por ali não dá pra ir e corrigimos a rota, se o bolo ficou doce demais, corrigimos o açúcar. Formamos nosso conhecimento aprendendo, e assim evoluímos. Não existe “desinvolução”, porque uma vez que aprende-se alguma coisa, não conseguimos tirar aquilo da cabeça, não se desaprende nada.
Se colocamos o dedo na chama de uma vela e sentimos dor, retiramos o dedo instantaneamente. Repetindo o ato, teremos o mesmo resultado, e uma queimadura ainda maior. Aprendemos através da observação, do resultado e da repetição e comprovação do resultado. Guardaremos isso na memória, e no futuro, quando nos aproximarmos da chama de uma vela, já sabemos que não é para colocar o dedo ali.
É assim que aprendemos em todas as áreas da vida...menos no que diz respeito á valores pessoais e no amor. Nestes,  ainda somos muito “cabeças duras”.  Quer ver?
·         Lembra do último porre que você tomou, e jurou pra si mesmo nunca mais colocar uma gota de álcool na boca? A promessa durou até a próxima festa, onde o porre foi igual ou pior.
·          ou depois daquela feijoada , onde você comeu por quatro e depois, empanzinado, disse que aprendeu a lição da moderação, e que nunca mais comeria daquele jeito. A moderação durou até o churrasco de domingo.
·         ou quando você prometeu nunca mais emprestar dinheiro aos amigos, e acabou emprestando o que não tinha, de novo.
·         ou quando você falou para si mesmo que, desta vez iria arrumar um namorado(a) diferente e acabou com um(a) igual ou pior que o(a) ultimo(a).
No amor, o aprendizado é muito tortuoso, confuso mesmo, pois oscilamos entre errar continuamente ou fugir. É o seu caso?
Errar continuamente é escolher, sempre o mesmo tipo de pessoa para se relacionar que já deu problema. É a repetição de um padrão errado e todo namoro acaba sendo a reprise do anterior, como se você  estivesse rodando em círculos, sem nunca sair do lugar.
Se o resultado já foi ruim, porque insistir no erro? Porque não aprendeu de verdade.
Pense: tem lógica percorrer o mesmo caminho querendo chegar em outro lugar? Ou percorrer várias vezes o mesmo caminho, sem entender porque chega sempre no mesmo lugar.
Um caso é não perceber que há a repetição de um padrão, no outro caso é perceber esta repetição e não saber como fazer para mudar.
Se você percebeu o incomodo, já é meio caminho andado, o aprendizado já começou. Trazer á consciência que existe um erro sendo repetido, é uma grande evolução.
Auto analise e muita compaixão por si mesmo. Este é o caminho.
Perceber onde mora a repetição para poder sair dela e ter coragem para começar a caminhada por um outro caminho.


Maria de Fatima Hiss Olivares – Psicologa Clinica