terça-feira, 26 de outubro de 2010

Transtornos Alimentares em Adolescentes

Nunca houve tantas pessoas com Transtornos Alimentares, frutos da nossa sociedade industrializada e desenvolvida.Tais problemas acometem, sobretudo, adolescentes e adultos jovens.


Mudaram-se os padrões do que é belo e saudável. Alternam-se entre dois pontos: a beleza anoréxica das supermodelos ou a beleza “sarada”, musculosa de bailarinas da tevê. Nesta situação fica difícil para o adolescente normal sentir-se bem com o corpo que tem. Os meios de comunicação ditam o que é ser bonito e estar na moda, os colegas da escola cobram esta estética, as paqueras concentram-se na menina mais esguia ou no menino mais fortinho. Deve ser difícil ser adolescente hoje em dia, em meio a tantas Sandys, Giseles Bündchen e Paulos Zulu.


Na adolescência, a personalidade não está ainda plenamente configurada, então, esta obsessão pelo corpo perfeito, por seguir um modelo imposto pelos meios de comunicação torna-se um pesadelo, tanto para estes jovens quanto para seus pais, que acabam sentindo-se impotentes frente a este problema. Impotentes sim, porque na adolescência desses pais o ícone de beleza ainda era a Marylin Monroe, que vestia manequim 46.


Hoje falaremos sobre dois Transtornos Alimentares mais comuns entre os adolescentes: Anorexia Nervosa e Bulimia.


ANOREXIA NERVOSA: é um transtorno emocional que consiste numa perda de peso derivada e num intenso temor da obesidade. È mais comuns entre jovens de 14 a 18 anos. Os sintomas mais freqüentes são:


*Medo intenso de engordar. Mantém, então seu peso bem abaixo do considerado normal. *Faz dietas severas e ingere pouca comida, com grande perda de peso.


*Imagem corporal distorcida: Olha-se no espelho, e apesar de estar magra, enxerga-se muito gorda.


* Sente-se gorda, apesar de estar magra.


*Após ter comido sente-se culpada e deprecia-se.


*Aumento das atividades físicas


*Ausência de menstruação.


*Irritabilidade, insônia, tristeza.


A BULIMIA NERVOSA é um transtorno que se caracteriza por episódios repetidos de ingestão excessiva de alimentos num curto espaço de tempo (as crises bulímicas), seguido por uma preocupação exagerada sobre o controle do peso corporal. Esta preocupação leva a pessoa a adotar condutas inadequadas e perigosas para sua saúde.


*Comer compulsivamente - muita comida em pouco tempo e às vezes às escondidas, *Preocupação excessiva e constante em torno da comida e do peso.


*Para compensar a ingestão excessiva e com medo de ganhar peso, há o uso excessivo de fármacos, laxantes, diuréticos e provocação de vômito.


*Com o tempo, por causa do vômito provocado, ocorre a erosão do esmalte dentário, podendo levar à perda dos dentes.


*Mudanças no estado emocional, tais como depressão, tristeza, sentimentos de culpa e ódio para consigo mesmos.


Ainda a melhor alternativa para estes casos é uma conversa franca com o adolescente, para que este entenda que o seu transtorno merece cuidado especial e que deve ser encaminhado para uma psicoterapia. A energia que o adolescente gasta com a manutenção do transtorno poderá ser usada para que ele se divirta e seja feliz.


Maria de Fátima Hiss Olivares
Psicóloga





A Arte de Dizer Não


Existem pessoas que são assertivas, diretas e conseguem se impor de uma forma muito natural. Colocam seus limites e dizem não ao que não querem ou não lhes agrada com uma facilidade incrível.

Existem outros tipos de pessoas que sempre se perguntam: Porque é tão difícil dizer Não? Porque eu nunca consigo dizer o que eu realmente quero? Se você é esta pessoa, então este artigo é para você.

Imaginem uma moça que trabalha em um escritório e sempre faz tudo o que mandam, sem nunca dizer não para ninguém. Chegou uma sexta-feira ás 17h30, seu chefe lhe pede que ela lhe faça o favor de digitar cinco cartas para ele. Ela olha para o relógio e sabe que se fizer, só sairá de lá muito mais tarde do que seu horário normal, mas faz assim mesmo, afinal ela pensa que não deve negar nada ao seu chefe, pois chefe é chefe. Chegando cansada em casa, ela se arruma para ir deitar e descansar a cabeça, quando uma amiga liga, convidando-a para ir ao cinema. Mesmo cansada, já deitada, ela não pode negar um pedido da amiga e vai. Depois de algum tempo se sente mal-humorada, o filme parece não ter a menor graça e não tem o menor pique para bater papo com a amiga. Volta para casa, mal por não ter sido uma boa companhia, chateada com a amiga que não percebeu o seu cansaço e muito brava consigo mesma por não ter se respeitado e ficado em casa como ela queria. Quantas vezes no dia-a-dia, esta mesma coisa lhe acontece? Dizer não, nunca é fácil. É preciso entender o porquê desta dificuldade. Um certo grau de insegurança e baixa auto-estima são fatores que podem impedir a pessoa de conseguir dizer o que realmente quer. Fica difícil para alguém que não acredita em si mesmo, nas próprias idéias, na própria capacidade dizer um não para alguém, pois o outro sempre parece ser mais importante ou pensar de maneira mais correta que você.

Mas, o maior impedimento parece ser o seguinte: “se eu disser um não para esta pessoa ela pode parar de gostar de mim”. O medo da rejeição, do deixar de ser amado faz com que você não consiga negar nada a ninguém. Assim acaba fazendo coisas que não estava disposto, extrapola seus limites e depois se sente culpado por ter sido tão bobo. Se você consegue impor seus limites, e fazer para os outros somente aquilo que você realmente está disposto, ou que pode fazer sem se prejudicar, dizendo “não posso”, “não quero”, para as coisas que extrapolam seus limites você estará ajudando também a outra pessoa (além de se ajudar), pois ela saberá até onde pode ir com você. E ela não vai deixar de gostar de você por isso, pelo contrário irá respeitá-lo mais. Você passará a ser mais coerente com o seu coração.

Maria de Fátima Hiss Olivares
Psicóloga