domingo, 21 de setembro de 2008

autenticidade


Autenticidade = Liberdade


Ser autêntico não é tarefa fácil e poucos verdadeiramente conseguem esta proeza. Ser autêntico é a maneira mais saudável que há de equilibrar, equiparar a nossa essência, que é única, com a nossa forma de estar e agir no mundo.
Primeiro vamos entender o seguinte: nascemos seres únicos, portanto autênticos. Onde perdemos então a nossa autenticidade? Vamos analisar devagar: Vivemos em comunhão constante com milhões de pessoas. Nos chegam informações de todo lado, o tempo todo, nossa família, amigos, jornais, revistas, tv, internet, placas, outdoors, rádios, livros, embalagens, panfletos... e, por aí vai; cada um destes meios de comunicação expressam a maneira de cada pessoa ver o mundo, expressando várias verdades. Pense por um instante, quantas pessoas estão envolvidas na tarefa de escrever um jornal? Que mentes escrevem cada linha? Generalize isso e pense na quantidade de indivíduos que se envolvem na execução, projetos, criação e distribuição de todos os meios pelos quais nos chegam informações? Estando você dentro ou fora de casa, esta avalanche invade os seus sentidos. Vivemos diariamente dentro de uma torrente de informações vindas de todos os lados, e assim acabamos mudando nossos padrões de comportamento e assumindo inconscientemente um padrão igual ao da maioria. Isso acontece de forma tão velada que não percebemos, mas no final acabamos comendo o que a maioria acha gostoso ou usamos roupas da moda para não nos destacarmos na multidão e sermos apontados como loucos ou excêntricos (dependendo da conta bancária). Mas no fundo, bem no fundo, será que você gosta mesmo de ser assim igual à maioria? Bem, se todos gostassem, não haveria tamanho mal estar em nossa sociedade.
Acabamos por perder nosso referencial interno do que é bom para nós, do que realmente nos faz feliz, nos dá prazer e alegria de viver. A busca de si mesmo para achar a sua autenticidade deveria ser a meta primeira do homem, mas como dá trabalho, a maioria prefere ir com a maré. Mas, se você pertence à minoria corajosa, tente as dicas abaixo: Primeiro precisamos nos conhecer melhor. Assumir gostos, conceitos e opiniões que podem não ir de encontro com a maioria. Levando em conta, logicamente, o seu bem estar e o bem estar do próximo, comece a se colocar melhor perante seu mundo, expresse-se de seu jeito, e se liberte da vergonha. Pondere e ache-se. Pergunte-se qual é a sua opinião sobre tudo. Você pode descobrir que sempre concorda com o que os outros dizem. Tente, então dar a sua opinião, mesmo que ela seja diferente da maioria e tenha coragem para isso, pois ela é verdadeira para você.
Segundo, peneire todas as informações que lhe chegam e só aceite o que verdadeiramente encontra eco em seu interior.
Terceiro, comece devagar a colocar certas vontades suas em prática. Inicie com as mais simples. Por exemplo, se você gosta de chapéu e nunca usou por vergonha das críticas, experimente usá-lo um dia. Com o tempo e a prática, você certamente achará uma maneira mais coerente de ser, você então se sentirá mais seguro. Todos nós conhecemos e admiramos alguém assim. Você mesmo deve ter algum conhecido que se veste de maneira peculiar e todos acham que fica bem, ou outro alguém que tem a casa decorada fora dos padrões convencionais e você sente que existe harmonia naquele ambiente. É que estas pessoas conseguiram ser por fora o que elas são por dentro. Encontraram-se e harmonizaram seu comportamento e atitudes com o que realmente são. Encontraram a autenticidade e vivem a maior verdade do universo: não existem duas plantas exatamente iguais no mundo, nem duas pedras, nem dois animais, nem duas pessoas, todos somos únicos, assumir e viver esta autenticidade é ser feliz.
Na autenticidade está a liberdade. A liberdade de simplesmente ser como é e expressar a sua verdade. Não é à toa que na Bíblia diz "A verdade vos libertará".

MAria de Fátima Hiss Olivares - Psicóloga Clínica

deixa pra depois...

Deixa pra depois...

Ah, amanhã eu faço. Pra que pressa? Agora não estou afim. E vamos empurrando com a barriga...
Esta atitude, bem conhecida nossa, quando feita só de vez em quando não tem problema, afinal todos temos o direito a ter um pouco de preguiça. O problema surge quando o "depois eu faço" se torna um hábito. O nome para isto é procrastinação, palavra difícil para significar deixar para depois, transferir para outro momento, adiar.
Procrastinar é muito comum em adolescentes, pois ainda não tomaram as rédeas da própria vida, não assumiram a responsabilidade por si mesmos. Quantas mães se arrancam os cabelos tentando que seus filhos limpem o quarto e sempre escutam "depois eu faço". Até aí está tudo normal, por mais irritante que seja. Preocupante é quando a procrastinação invade a vida adulta e fica.
Jogar os problemas para frente, não resolvê-los, adiar tudo até o último momento traz sofrimento embora não pareça. A pessoa vive se culpando por ser assim, como deixou tudo para depois acaba ansioso, prejudica sua vida pessoal e profissional. Sua credibilidade fica abalada, pois como as pessoas poderão contar com quem está sempre deixando tudo para a última hora?
Quem procrastina tem a esperança de que, se adiar bastante, o problema se resolverá sozinho. Procura uma saída mágica, pois assim evita a responsabilidade pelos seus atos. Como uma avestruz que acha que se esconder sua cabeça o mundo desaparecerá. Esta atitude pode provocar um alívio temporário, mas é só temporário mesmo.
Acontece que o problema, a tarefa ou seja lá o que foi adiado ainda continuará onde está, e não haverá varinha de condão que o faça sumir. O procrastinador sabe disso e gasta muita energia, tempo e ansiedade para adiar uma tarefa.
Vamos fazer um paralelo com a física. O conceito da inércia diz que uma massa em repouso tende a permanecer em repouso. Assim é necessário mais força para tirar esta massa da inércia do que para mantê-la. Assim podemos concluir que estar em inércia é estar em uma zona de conforto, então, no caso da procrastinação, adiando suas tarefas, o indivíduo fica em inércia, na sua zona de conforto. Percebam que esta atitude pode se tornar um círculo vicioso: o que foi adiado gerará ansiedade e o indivíduo tenderá à inércia novamente adiando mais alguma coisa para que entre novamente na zona de conforto; não tem fim.
O procrastinador pensa que a tarefa desaparecerá se ele fizer de conta que ela não existe, tem baixa tolerância á frustração, é imaturo, é perfeccionista e estabelece objetivos muito elevados para si próprio, fantasia demais, fica fixado em uma parte pequena do problema e não vê o todo, dá mais valor a tarefas menos importantes do que ás mais importantes, procura sempre agradar a todos, tem baixa auto-estima, depende sempre da aprovação do outro e não tem poder de escolha e decisão.
Mas nem tudo está perdido e este comportamento pode ser corrigido. Basta querer, mas querer mesmo. Procure se conhecer mais, um trabalho de autoconhecimento vai lhe revelar suas potencialidades e aumentar sua auto-estima. Organize-se o máximo que puder, tenha agendas e calendários sempre à mão. Estabeleça seus objetivos de forma clara e realista.
Estabeleça prioridades. Às vezes será necessário repartir as tarefas em partes menores para dar conta do recado. Faça isso. Permita-se errar e aceite-se como ser humano imperfeito como todos nós somos. Dê o primeiro passo e aja, sem pensar muito, senão não faz. Recompense-se quando conseguir realizar uma tarefa a contento. Respeite seu ritmo e não se cobre mais do que pode dar. Peça ajuda.
Comece agora. Não deixe para depois, que o depois não chega nunca.
Maria de Fátima Hiss Olivares - Psicologa Clínica